Se tivesse escrito este
texto há 20 anos atrás, talvez começasse por fazer uma ressalva, afirmando que o
mesmo só deveria ser lido por maiores de 18.
Porém, desde então, as coisas mudaram… e muito.
E não só não vou pôr a bolinha vermelha no canto superior direito, como
recomendo vivamente que o mesmo seja lido pelas diversas faixas etárias, até
porque se os miúdos já se consideram graúdos para tanta coisa, não será, certamente,
este texto que os chocará.
Num espaço de 50-60 anos, passámos do sexo só depois de casar, para o sexo na
pré-adolescência. O sexo deixou então de
ser tabu, para
passar a ser tabuada… ele é 2 x 2 com o swing, ou 8 x 9 nas
loucas
orgias… vale tudo! Hummmm… mas vendo bem as coisas, se um
livro de poesia erótica foi recomendado para o Plano Nacional de Leitura dos
alunos do 2º ano, vai na volta aproveitaram para introduzir também a tabuada da
ratinha no programa escolar do primeiro ciclo :)
Uma coisa é encarar o sexo com naturalidade, falar nele quando assim se exige,
sem pudores ou falsos moralismos, outra é tratá-lo como se fosse uma mera
interacção social, sem qualquer vínculo emocional.
Considerando
que a evolução do Ser Humano está directamente relacionada com o passar
dos anos, penso que, muitas vezes, devemos questionar o sentido da dita evolução.
O que hoje definem, neste campo, como sendo “muito à frente”, para mim, é um gigante
passo atrás. Mas, infelizmente, este parece ser ainda o método favorito de
aprendizagem do Ser Humano, repetir determinados padrões errados até que a
marca deixada pelos mesmos seja evidente de mais para se poder ignorar. Podemos
bater, consecutivamente, com a cabeça num muro de betão, convictos de que não
vai doer e que vamos conseguir derrubar o dito muro, mas, no final de contas,
não só não vamos conseguir derrubar o muro, como provavelmente iremos abrir a
cabeça no processo.
É lógico que a sociedade tem a sua quota-parte de responsabilidade, isso é
indiscutível, mas não podemos deixar que ela arque, sozinha, com o ónus da
culpa. É tão necessária uma reflexão individual, quanto é uma colectiva. Só
porque está na moda roubar e mentir descaradamente sem sofrer consequências, não
quer dizer que todos almejemos o cargo de primeiro-ministro. Muitas crianças
que assistem ao seu pai a bater na sua mãe, quando adultas, repetem o padrão,
pois, afinal de contas, aquele era o seu padrão de “normalidade”. No entanto e,
felizmente, outras há que conseguem romper com o padrão e tratar as suas
mulheres como estas devem ser tratadas. A sociedade e o meio envolvente condicionam,
em parte, aquilo que nós somos, mas temos sempre uma palavra a dizer.
E, com isto em mente, não queria deixar de fazer algumas observações que considero
pertinentes.
Existe hoje, na Mulher, que esteve - e que infelizmente ainda está nalgumas
culturas - anos e anos oprimida (no campo sexual e não só), uma predisposição
para copiar os piores e mais condenáveis comportamentos dos Homens. Lembrem-se
que, do sexo só depois de casar, ao não se darem ao respeito, vai uma grande
distância, mesmo.
Espero que não entendam este comentário como machista, ou sexista, pois não tem
nada a ver com isso… é sim, um comentário de uma pessoa genuinamente preocupada.
E não, não acho que seja fácil ser mulher nos dias que correm, tal como também
não tenho qualquer dúvida de que são vocês o sexo forte. As exigências que a
sociedade incute a uma mulher são mesmo muito duras, eu tenho consciência
disso, tal como entendo que, a dada altura e, por conta disso mesmo, seja
difícil vocês não se perderem no caminho. No entanto, tenho esperança que a
vossa sensibilidade consiga ser sempre o vosso Norte.
De há muito tempo para cá, certos comportamentos e atitudes são desculpados aos
homens, pela simples razão de serem homens. Mas, por tal facto, não queiram
vocês, mulheres, copiar os ditos comportamentos e atitudes, só para entrar num
braço de ferro do qual ninguém sai vencedor, ou para acalentarem a ilusão do
sentimento de integração. Afinal de contas, duas mentiras não fazem uma
verdade. E não os desculpem, não aparem golpes nenhuns, pois esse é o princípio
do fim. Não aceitem esses comportamentos como normais.
Muitas vezes, atribui-se ao quotidiano e à monotonia (entre outros factores), a
culpa de a performance sexual de um casal diminuir. Fala-se então em quebrar a
rotina para apimentar as coisas no campo sexual.
Lá está, eu não sou terapeuta sexual, psicólogo, nem nada que o valha, no
entanto, acho que a pimenta tem de ser intrínseca, isto é, ou bem que se gosta
de pimenta na comida, ou não… não se pode pôr, hoje, pimenta numa determinada
confecção e, amanhã, esquecermo-nos dela. Se nos esquecemos da pimenta na
confecção, significa dizer que, na verdade, não gostamos dela, ou que, então, pura
e simplesmente não damos para a culinária. Mas uma coisa é certa, pimenta é
pimenta, não vale a pena depois tentar ir lá com açafrão, pois são condimentos
diferentes e vai parecer forçado. Há-de chegar a idade em que pimenta ou
açafrão sabem ao mesmo, mas aí já se perdeu o palato, de forma natural. Por
outro lado, se não se gosta de pimenta, deve procurar-se um companheiro que
também não goste de pimenta, a culinária agradece, todos ganham… fingir que se
gosta de pimenta leva, invariavelmente, a indisposições/desilusões, manifestem-se
estas a curto, ou longo prazo.
Bem, a esta hora já está tudo com fome, ou com água na boca… maldita pimenta!
Deixando as analogias de parte, vou dar-vos alguns exemplos concretos e a minha
interpretação dos mesmos.
Há mulheres que vão aprender a dança do varão para agradar aos seus
companheiros. Outras há que vão aprender porque gostam mesmo da dança do varão.
Quanto às segundas, nada contra, já em relação às primeiras, gostaria que
pensassem bem no que isso representa. Será que levar o varão para casa vai
resolver o problema, ou será que vai ser apenas mais um fetiche realizado? Digo
eu assim com os nervos que, caso os homens tivessem realmente interessados na componente
artística da dança do varão, ter-se-iam inscrito no júri do “Pensas que sabes
dançar?”. E será que, uma vez fixo o varão ao chão da casa, vamos conseguir
fixar o homem em casa, acabando com o ímpeto de ir às casas de strip que o
mesmo sente? São estas as questões que devem colocar a vocês próprias…
Quem fala na dança do varão, pode também falar em one night stands, swings,
role play, etc…
Tal como o título do meu texto indica, onde eu pretendo chegar com tudo isto é,
precisamente, à questão da promiscuidade sexual que vivemos hoje, e o efeito
que esta terá nas famílias de amanhã.
Há cenários que podem alterar-se, consoante a pessoa esteja solteira, numa
relação sem compromisso, ou num casamento… mas, para mim, mais importante do
que isso, é que as pessoas se questionem dos efeitos da dita promiscuidade
sexual em si, independentemente do estado civil.
Muitos(as) defendem que conseguem separar o sexo, do amor… que conseguem
praticar o sexo pelo sexo, como se fosse uma acção desprovida de qualquer
vínculo emocional. Ora, como, hoje, é só coisa de uma noite, eu chego aqui e
desligo o botão das emoções, afinal de contas, não preciso de ter grande
empatia com ele(a), pois amanhã já será coisa do passado. Passadas duas semanas…
Eh pá, espera lá que agora é com o(a) namorado(a), é melhor ligar o botão das
emoções. E parece que a coisa vai funcionando, a maior parte das vezes, até com
direito a claque dos amigos(as) e palavras de ordem como: Até encontrares o(a)
certo(a) vai comendo o(a) errado(a).
Passemos então ao role play, que é
aconselhado para apimentar as coisas… para não deixar o casal cair na
monotonia. Ora, hoje, é a enfermeira… amanhã, o estafeta. Daqui a um mês, vem a
colegial e, daqui a dois, o professor maroto. E pronto, vão-se realizando as
fantasias de cada um e as coisas vão-se aguentando, apimentadas, quando carecer
condimento. Agora pergunto-vos, então o que excita, na verdade, é a fantasia,
não a realidade, certo? Isto é, se as pessoas já não sentem desejo pelo
companheiro e precisam de um incentivo que as faça passar por outra
pessoa/personagem, no fundo, é como se quisessem estar com outra pessoa, certo?
Porque se não fosse isso, o desejo existia com regularidade, não precisaria de ser
despertado por um baile de máscaras com final feliz, certo? Já perceberam onde
eu quero chegar? Até que ponto é que o desejo pelo(a) vosso(a) parceiro(a)
ainda existe, na sua essência mais pura, sem precisar de qualquer tipo de auxiliar?
Afinal de contas, parece que vocês desejam é realizar mais uma fantasia, sendo
que o(a) vosso(a) parceiro(a), nesse caso específico, é apenas um meio para atingir
esse fim. E desde quando é que um parceiro passou a ser considerado um meio, e
não o fim? Aí reside a questão…
É lógico que muitos dirão que eu estou a exagerar, que não é bem assim. Mas
continuem a brincar com o fogo e, acreditem, vão aperceber-se que a linha é
mesmo muito ténue e, por muito que vendam a ideia que conseguem controlar as
emoções, como se fosse algo mecânico, não conseguem. Podem levar anos a
percebê-lo, mas acreditem que não conseguem. Comportamentos erróneos vão, na
grande maioria dos casos, deixar marcas irreparáveis.
Vi dois filmes que mostram bem no que resultam os ditos “jogos no amor”. São bem
diferentes, mas complementam-se, na minha opinião. São eles o Closer (Perto de
mais) e o Chasing Amy (Perseguindo Amy).
Não nos podemos esquecer que, no final de contas, nós somos a soma das nossas
experiências e, a não ser que inventem o Alzheimer selectivo, a factura será
paga, certamente, ainda no decorrer das nossas vidas. Mas o que me preocupa
mesmo é que o reflexo de tais comportamentos desviantes está já a ter
repercussões nefastas nas crianças, pois as crianças vêem os seus pais como os
seus pilares, onde a palavra dos mesmos é inquestionável, onde as suas acções serão
exemplos a seguir cegamente. Os pré-adolescentes e adolescentes têm, hoje,
comportamentos que eu nunca julguei possíveis, seja na sexualidade, seja
noutros campos. É tudo efémero, instantâneo e descartável. Mas lá está, é mais
fácil culpar a sociedade do que olhar para o nosso umbigo e atentar na educação
que lhes damos, não é?
Que famílias iremos criar? Quão desequilibrados serão os filhos de amanhã? Onde
é que isto vai parar?
Eu sei que o Shrek começou a misturar os contos infantis, mas esse fê-lo de uma
maneira engraçada… no entanto, temo o pior para daqui a uns anos.
A Cinderela, depois da meia-noite, vira transsexual!
A Branca de Neve foi acudir-se junto dos 7 anões, mas estes já haviam sido
despejados, pois estavam todos no desemprego e o banco arrestou-lhes a casa. A Rainha
finalmente conseguiu ser a mais bonita de todas, tudo graças a 37 plásticas
feitas no estrangeiro, 7 kg de silicone e 423 g de Botox. O Zangado melhorou o
humor depois de experimentar uns cogumelos marados, ao passo que o Soneca não
parava quieto depois de ter trincado a maçã com LSD.
Nem queiram saber como o Príncipe Encantado acordou a Bela Adormecida!
Já na história do Capuchinho Vermelho, a Avó come o Lobo Mau e a Capuchinho
Vermelho enrola-se com o caçador… tudo com muitos morangos, açúcar e chantili à
mistura.
O Aladino e o Génio da lâmpada mágica envolvem-se numa relação homossexual,
onde a esfrega perdura por 1001 noites, alternadas entre o tapete voador e a
pensão da coxa (low cost).
Prefiro não falar d’O Pequeno Polegar…
Ali Babá e os 40 ladrões envolvem-se no maior escândalo de promiscuidade de
todos os tempos… a história desenrola-se, na íntegra, na Assembleia da
República. Só foi preciso casting
para o Ali Babá.
Agora,
cada um que faça a sua reflexão e aja em consonância.
Beijinhos e abraços,
Citro aka Bisonte Lilás
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