sábado, 4 de agosto de 2012

Reflexão sobre as touradas

Mas que grande LOL. É incrível a incapacidade argumentativa da maior parte das pessoas que defende as touradas.

Ser do Benfica, do Sporting ou do Porto é uma opção, não há uma opção correcta ou incorrecta, pois é subjectivo... Podia também falar aqui de música, há quem goste de Beethoven e há quem goste dos D’ZRT… novamente, isto é subjectivo, apesar de eu achar que, objectivamente, até têm pontos em comum, Beethoven ficou surdo aos 26 anos de idade e estou convicto de que, quem oiça muitas músicas dos D’ZRT, mais tarde ou mais cedo, também ficará.
Maltratar touros num espectáculo dantesco e grotesco, onde humanos "evoluídos" aplaudem, incentivam e participam, é errado... isto é objectivo.

E por que razão é que é objectivo? Pela mais óbvia de todas, a simples e mais pura definição do Bem e do Mal.

Podem camuflar isso com as desculpas que quiserem, seja com cultura, seja com tradição, seja com as famílias que dependem disso...

Mas pronto, vamos lá desmontar assim muito rapidamente os tais argumentos a favor:

É cultural, uma questão de tradição! – Também são culturais e do âmbito tradicional autênticos atentados aos direitos humanos, com consequentes práticas desumanas, tais como mutilar os órgãos genitais de mulheres africanas e asiáticas.

Leiam, por favor:


Ou “simplesmente”, o obrigar, ou “aconselhar”, como alguns alegam, uma mulher a usar uma burca.

Quanto às famílias que vivem da criação de touros e que, caso não houvesse touradas, não subsistiam… Ao longo dos tempos, houve profissões que deixaram de fazer sentido e foram abandonadas, sendo que estas apenas se tornaram retrógradas, não implicavam directa ou indirectamente, o mal a terceiros. Posto isto, pergunto-vos: Vamos apoiar financeiramente aqueles que só vivem das redes pedófilas? Ou por que não, sugerir um subsídio excepcional que premeia o desempenho dos cartéis de droga que só vivem disso? É que eu sou da opinião que já que é para apoiar o mal, devemos alargar o leque, por forma a distribuirmos, de forma equitativa, os males pelas aldeias… afinal de contas, a caridade, quando nasce, é para todos!
Oh, e lembrei-me agora, por que não cortar metade do pénis aos gabarolas que gostam de se exibir? Assim, se calhar, já se refreava os ânimos dos mesmos! Caso não resultasse, sugeria-se uma vasectomia voluntária que, ao fim de 30 dias, passava a ter carácter obrigatório. Pensei em pôr-se um chip bomba nos testículos que explodia ao fim dos 30 dias. Em caso de explosão e, porque somos uma sociedade evoluída, o felizardo era automaticamente contemplado com stock options da empresa Heinz, produto Ketchup. Como é lógico, ninguém o obriga a comprá-las, mas advertem, desde logo, que será o mais parecido à oscilação dos tomates que este voltará a sentir na sua vida.

[Modo irónico activado] Defendem ainda que é uma hipocrisia ser-se anti-tourada e depois… comer carne! Realmente, não entendo, pessoal anti-tourada, mas afinal de contas, qual é a vossa?!  Vós pensais que o vosso bife é sintético, ou quê?! Pareceis parvos… E as outras carnes que vocês comem, essas não contam? O borrego, o carneiro, o porco, o leitão, o frango, etc…
Quer dizer, daqui a nada vão argumentar, sem sentido, que não está em causa o touro morrer, mas sim o facto de se dar um espectáculo triste em torno da judiaria e morte do mesmo! É que era só o que faltava, esse argumento não tem qualquer sentido e é hipócrita! Então vocês não vêem que há pessoas a pagar bilhetes para ver o espectáculo? Ora, se há pessoas a ir ver, é porque gostam, não é?! [Modo irónico desactivado]

Certo… também há pessoas a pagar para ver lutas de cães, ou lutas clandestinas de humanos… também há pessoas a pagar pelo tráfico de seres humanos, sendo que estes últimos só não têm é direito a tempo de antena. Também há pessoas a ver “bois e vacas” nas Quintas das Celebridades e afins, em horário nobre, mas esses “bois e vacas” tiveram escolha, estão a dar um espectáculo consentido, sem sentido. E essas “touradas”, para além de diminuírem o intelecto de quem as observa e condicionarem, ainda mais - ao contrário daquilo que eles possam pensar - a vida desses ” bois e vacas”, não trazem mal nenhum ao Mundo.

Apesar de a compra de diamantes não me dizer directamente nada e a considerar mais uma futilidade social, a vossa argumentação coloca, no mesmo patamar, com o mesmo grau de culpabilidade, a pessoa que coloca armas nas mãos de crianças e as mata, caso não cumpram com as suas ordens, inclusive as de matarem outras crianças… e a pessoa que compra o diamante, legalmente, numa loja. Consideram que eu, ao comprar um produto Made In China, estou a contribuir directamente para a exploração do trabalho infantil e mais valia assumir logo que albergo, na minha cave, uma criança chinesa, criança essa que exploro 20 horas por dia. É certo que o Mundo não é justo, é certo que todos nós devemos ter a capacidade e discernimento de distinguir o bem e o mal e, no que estiver ao nosso alcance, ajudarmos a transformar o mal no bem. Contudo, temos de ter bom senso e perceber a nossa importância no processo. O que me entristece profundamente é que, hoje em dia, a maior parte das pessoas não tem valores, defendem sim, interesses… e, a sua parca argumentação, será tão contraditória quanto forem os interesses em foco.
Portanto, e em jeito de resumo, não, o facto de sermos contra as touradas não implica que deixemos de comer qualquer tipo de animal ou vegetais destinados para o efeito. Houve quem falasse de comer pedras, mas exceptuando a sopa da pedra, as outras fazem mal, aos dentes e aos rins, logo, não é exequível. E não, não implica que sejamos a favor das atrocidades cometidas contra outros animais em aviários. E não, matar uma aranha, ou uma mosca, não se equipara ao triste espectáculo de uma tourada… para que tal acontecesse, teríamos de ser suficientemente sádicos, para: Convidar a televisão; Convidar uns milhares de apoiantes para assistir em directo; Promover a indústria da Moscada ou Aranhada, onde empregávamos pessoas que, por sua vez, treinavam e preparavam Moscas e Aranhas para o circo da sua morte, para regozijo da plateia; Arranjar umas frases sonantes, tipo: Vem matar a aranha, orgulha-te em ser português e fazer parte de tradições que não só não respeitam o direito dos animais, como ainda promovem espectáculos tristes e angariam dinheiro com isso. Ou ainda: Vais deixar a cultura voar? Vem participar no espectáculo das moscas coloridas com balázios de paint ball, vamos pintar a nossa bandeira na mosca morta! Só precisas de trazer balas verdes e amarelas, do vermelho sangue tratamos nós :)
Depois, a aranha seria morta da seguinte maneira… ia-se arrancando, pata por pata, até que esta permanecesse imóvel. Uma vez imóvel, iam buscar-se as agulhas de acupunctura e a máquina de electroestimulação. Inserir-se-iam as agulhas no corpo da aranha, por ordem e, em seguida, ligava-se, às agulhas, a máquina de electroestimulação com a voltagem desregulada.
Pronto, assim já ficava mais ou menos parecido.

Já agora, pensem só mais nisto: Quando os prisioneiros de guerra eram capturados, ofereciam-lhes chás e bolachas para que estes fornecessem a informação que eles precisavam? Diz que não, parece que muitos eram torturados até à morte. E será que, se lhes dessem a escolher, eles prefeririam morrer COM, ou SEM TORTURA? Hummmmm, esta é difícil, mas acredito que vocês cheguem lá.

A tradição e cultura que eu advogo é aquela dos bons costumes, das boas práticas, dos bons valores… sem interesses, claros, ou obscuros.

Pensem nisto ;)

Abraços e beijinhos,
Citro aka Bisonte Lilás

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